13 de maio de 2011

Warpath: em “pé de guerra”?

A Pro Rock escalou duas das nossas colaboradoras para entrevistar os integrantes da Warpath, que estão na seletiva Wacken Metal Battle, em Belém. Confira abaixo o relato da jornalista Luciana Alcantara e a entrevista conduzida pela graduanda em letras e vocalista da banda Meridian, Beatriz Brito.

Com mais de 10 anos de estrada, a Warpath é a uma das mais experientes das cinco bandas escolhidas pela curadoria da revista Roadie Crew. Nesta entrevista a banda expôs a expectativa para as seletivas do W.O.A e falou sobre a união das bandas para a execução e a divulgação do evento, deixando claro que o espírito de “batalha” está longe de ser usado contra as outras bandas da seletiva.

Ao receber a tarefa de acompanhar um ensaio da banda no Fabrika Studio e registrar nossas impressões para o público que não conhece o trabalho do Warpath, eu e Beatriz nos deparamos com um trio de músicos hospitaleiros e carismáticos. Adjetivos que podem não combinar com a sonoridade pesada e agressiva produzida pelos rapazes...

A origem da Warpath está na banda Mercy Killen que surgiu em 1999 com Danilo (guitarra), Márcio (baixo e vocal) e William (bateria). Eles seguiram com essa formação até meados de 2004, ano em que trocaram o nome para Warpath. O trio carrega na bagagem duas demos, a primeira feita em 2001, e outra de 2007, “The Killing Time”. Ano passado lançaram o disco “Massacre’’, e para o segundo semestre desse ano planejam fazer uma mini turnê pelo Norte e Nordeste.

Alguns ajustes na equalização dos equipamentos, outro no volume, um teste no microfone, “ok, já!”, checa o vocalista Márcio. E as ondas de uma bomba sonora invadem os ouvidos desacostumados. “Toma um protetor de ouvidos”, oferece Danilo.

“Warpath é uma gíria em inglês, que significa ‘Pé de guerra’, ou ‘estrada de guerra’. As letras compostas pelo Márcio falam exatamente disso, sobre guerras, violência...”, explica o guitarrista, Danilo.

Até mesmo a Beatriz que é vocalista de uma banda de metal, ficou impressionada com a densidade do som e força do baterista William, que marca a sonoridade deles. Confira os principais trechos da conversa que tivemos com os rapazes.

Beatriz: Fui conhecer melhor as letras das músicas de vocês pra poder fazer a entrevista. Vocês fazem bastante crítica à demagogia norte-americana. Atualmente corre-se o risco de o estilo Old School, muito bem representado pelo William (risos), de vocês parecer algo banal.

Márcio: Parece batido, não é?! Mas não é.

Beatriz: Claro que não. Mas muita gente que está fora do underground o vê dessa forma pelo fato de essa demagogia norte-americana estar mais “mascarada”. Os Estados Unidos continuam nos influenciando da mesma forma que no anos 80.

Márcio: Influenciando, não. Impondo!

Beatriz: Então, o Old School sempre precisou estar em foco...

Márcio: Nunca deixou de estar. Mas tem época em que isso aparece mais na mídia. Mas no underground esteve sempre presente esse estilo oitentista, o trash mesmo... Na década de noventa tentaram dizer que isso estava morto, o heavy metal estava morto. Mas é o underground que não deixa. Muita gente toca hoje uma coisa mais moderna, mais atual... mas a gente prefere fazer o metal tradicional, mesmo. O Danilo e o William ainda tocam na banda Baixo Calão.

Beatriz: E vão tocar no show do Man of Kin...

Márcio: Isso. E, na verdade, é daí que vêm as influências. Eles fazem algo mais visceral.

Beatriz: O evento é divulgado no underground, além de ele ser novo em Belém. Como vocês ficaram sabendo?


Márcio: Na verdade, quando eu fiquei sabendo, a gente já tinha sido selecionado!!!

Luciana: Como assim? A primeira etapa foi a inscrição...

Márcio: Pois é... Eu vi que a Warpath tinha sido selecionada, depois eu fui perguntar para o Danilo e ele respondeu “Ah, é. Eu inscrevi a banda no evento”.

Luciana: Foram pegos de surpresa, hein!

Márcio: Foi, verdade!

Beatriz: Qual a expectativa de vocês para o evento?

Todos: É ganhar (risos)!

Márcio: É fazer o que a gente sempre esteve fazendo, que é divulgar as bandas do Pará. Vai ter a seletiva em Minas Gerais, que é a final nacional. Atualmente, a tecnologia ajuda muito. Mas uma banda ajudando lá já consegue contato para as outras bandas daqui. E assim vai...

Danilo: Antes, certa rivalidade entre as bandas atrapalhava esse processo, mas hoje em dia isso não acontece. A banda Anubis, por exemplo, na sua última turnê levou o nosso material e nos divulgou nas cidades que tocaram. Já vale a oportunidade do Wacken Metal Battle pra continuar essa divulgação.

Márcio: Cada cidade que a gente vai já divulga nosso trabalho e de outras bandas, então já fica mais fácil pra tocar em outro lugar.

William: Eu acredito que essa seletiva veio como um presente para a banda. É como uma recompensa por tanto tempo batalhando por aí.


Por @Beatriz_Brito e @Lu_Alcantara_
Foto: Mario Guerrero (@mguerreiro108)

Warpath na web:

http://www.myspace.com/warpathband

Um comentário:

  1. só um lance nicolau (embora muitos já tenham lido assim): No comentário sobre o show do Man Of Kin, passa altomaticamente pro assunto das seletivas Wacken. Quem não tá por dentro fica boiando.

    Outra errata, observada pelo próprio guitarrista Danilo: Na 4ª pergunta, quando cita o estilo, é "thrash" (com H) e não "trash" (de lixo). Muitas matérias de jornais caem nesse erro.

    Só pra consertar, ok?

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