15 de dezembro de 2010

O Pará vai à Feira Música Brasil


Equipes do Pará Pró Música, Se Rasgum, Pró Rock, Bafafá do Pará, Na Music, Rádio Cultura FM e Conexão Vivo ocuparam a Feira Música Brasil 2010 com uma grande presença de paraenses

A Feira Música Brasil, realizada nos últimos dias 8 a 12 de dezembro na capital mineira Belo Horizonte, reuniu músicos, produtores, empresários e articuladores políticos de todo o mundo. Foi, sem dúvida, um momento histórico para a ainda recente organização política e economica deste setor no Brasil. Não exatamente a economia da grande indústria, mas a da música nova, do mercado independente e da música tradicional que sempre estiveram à margem do alto mercado.

A delegação paraense presente na feira teve um papel fundamental no desempenho que a curto, médio e longo prazos vai posicionar a nossa música num cenário de destaque nacional. Esse papel se desenvolveu em várias frentes, através das ações do comitê gestor do projeto Pará Pró Música, do SEBRAE-PA, e do Fórum Permanente de Música do Pará. Além, é claro, dos vários produtores e jornalistas que já ocupam lugar de destaque nessa rede, como é o caso de Marcel Arede, um dos curadores da Feira, de Marcelo Damaso, que representou o festival Se Rasgum na rodada de negócios, Lucas Padilha e Fabrício Rocha, ambos representando a Funtelpa na transmissão promovida pela ARPUB, e Adelaide Oliveira que com sua simpatia já conquistou meio mundo através da Conexão Vivo, uma das grandes patrocinadoras dessa rede.

Conexão Vivo também tem influencia e apreço pela música paraense

Não podemos esquecer o destaque dos nossos artistas, que estiveram representados nas figuras de Mestre Vieira, Pio Lobato e Iva Rothe e outros músicos, que juntos fizeram um belo show case da nova música paraense. Vieira, Iva e Lobato foram super assediados no estande paraense depois do show. “O artista é a matéria-prima de tudo. Sem a qualidade desse trabalho que encanta a todos nós não teríamos esse destaque merecido”, disse Na Figueredo, empresário e mecenas da música paraense.

Mestre Vieira foi muito assediado no stand da Na Music depois de seu show

Kim Marques, que já viajou o Brasil inteiro e uma parte do mundo, como artista, esteve pela primeira vez em uma feira de negócios. “Eu fiquei encantando. Deveria ter me preparado melhor mas vim mesmo para saber como funciona e o que se pode aproveitar de uma evento como esse. Sem dúvida, minha atuação e minha carreira vai ter um novo momento a partir de agora”, disse o cantor.

Nicolau, Kim Marques, Augusto Hijo e Michell Martins representaram, junto com Ná Figueredo o PPM na FMB

A maior comissão foi a do Projeto Pará Pró Música, formada por Nicolau Amador (Pro Rock), Augusto Hijo (Bafafá do Pará), Kim Marques (representando o Brega Paraense), Ná Figueredo (Na Music) e Gláfira Lobo, todos integrantes do Fórum Parmanente de Música do Pará. A comitiva teve ainda a presença dos gestores do SEBRAE-PA Michell Martins (coordenador do PPM) e João de Deus (gerente da pasta de Comércio e Serviços).

A Rede Música Brasil (RMB) é uma instancia da sociedade civil formada por membros agentes da cadeia produtiva da música brasileira, bem entendido. Mas como toda rede no setor cultural tem forte influencia da Funarte, que é a gerente da política cultural do Governo Federal nessa área. “A partir de hoje nós vimos que a Rede pode caminhar sozinha, sem ser necessariamente convocada pela Funarte. Isso é muito importante num momento como esse para garantir a evolução desse processo”, disse Thiago Cury, diretor do Centro de Música (Cemus) da Funarte.

Augusto Hijo foi um dos articuladores da delegação Norte com o Fora do Eixo

O Colegiado Setorial de Música, por outro lado, está ligado diretamente ao Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC), que é o órgão consultivo e deliberativo sobre as demandas culturais. O colegiado é formado atualmente por membros de todos os movimentos e entidades existentes no país neste segmento, eleitos democraticamente, e tem como objetivo principal fornecer dados políticos para a construção do Plano Nacional, documento de diretrizes a nortear as decisões do CNPC e MINC.

Feira no Pará
Thiago Cury e João de Deus trocaram ideias sobre a Feira em Belém

Elielton Amador, que também é conhecido como Nicolau, é membro nato do Colegiado Setorial (ou seja, está presente nele desde a criação das Câmaras Setoriais, em 2005). Para ele, a Feira foi muito positiva. “Apesar das diferenças de tantos sujeitos, nós conseguimos sair daqui mais fortalecidos em uma unidade que busque os melhores caminhos para a música brasileira, inclusive no sentido de superar as desigualdades regionais. Claro, sem discursos vitimizadores, como diria Pablo Capilé”, afirmou.

Superar as desigualdades regionais significa na prática dar mais força para as regiões Norte e Nordeste do país, principalmente a região Norte, aonde pesquisas comprovam que menos de 10% de todo recurso federal para a cultura chega.

Nicolau e Capilé fizeram acordo pelo desenvolvimento da Região Norte

Pablo Capilé, representante do Circuito Fora do Eixo, que reúne pelo menos 40 festivais independentes em todo o Brasil, fechou um acordo histórico com Nicolau, um dos fortes representantes do Norte no FNM, em defesa da região. “Este ano de 2011 vai ser o ano da região Norte na Rede Música Brasil. Nossas bases não devem pagar o preço do nosso desentendimento. Nós concordamos em 70% mas em determinado momento os 30% em que divergimos nos ocupou muito tempo. A idéia agora é partir das demandas que nos aproximam e construir um projeto para a região”, disse Capilé.

Muitos paraenses bem posicionados na Rede Música Brasil ajudaram na idéia de que a Feira Música Brasil deve ir a Belém. A equipe do projeto Pará Pró Música, na figura do gerente João de Deus, conversou com Thiago Cury, da FUNARTE, mostrando a disponibilidade do SEBRAE-PA, através do PPM, de realizar uma Feira Paraense em 2011 e de apoiar a realização da Feira Música Brasil em Belém para 2012. “Será uma boa oportunidade de negócios para alavancar a música paraense, mas para isso precisamos nos organizar mais e fazer os deveres de casa. Creio que fazendo a nossa feira em 2011, em 2012 estaremos aptos a fazer não só uma grande festa, mas também aproveitar todo o potencial de negócios e de visibilidade que um evento como esse pode trazer para os nossos produtores e artistas”, disse o gerente do SEBRAE-PA.

Apesar dessas conversas, depois da Feira muita gente já fazia campanha no Twitter para que a FMB venha para Belém logo em 2011. “Acho que a gente tem que aproveitar essa bola toda que nos foi levantada lá. Deixar para 2012 é perder tempo”, disse Glafira Lobo, ressaltando, porém, a decisão depende de conversas, articulações e campanhas como as que pipocaram no Twitter.

Gláfira Lobo e James Lima, do FNM, que ajudou a executar a rodade de negócios da FMB

Fórum - Outra grande vitória da delegação Norte e paraense foi a eleição de Gláfira na Executiva Nacional do FNM. Juntamente com Téo Ruiz (PR), Makely Ka (MG) Naldinho (AL) e Du Oliveira (GO), Gláfira integra o principal time a dialogar com as instancias federais e sociais sobre as problemáticas da música brasileira. “Minha participação na executiva nacional garante o papel de destaque que o Pará vem tendo nesse processo todo desde 2005, quando foram propostas as câmaras setoriais de cultura. Um processo que foi acompanhado de perto por vários artistas e produtores paraenses como Monica Marques, Orlando Carneiro, Nicolau e muitos outros. Para mim, é uma honra", disse a cantora da banda Álibi de Orfeu.

Veja todas as fotos da participação da Pró Rock e Pará Pró Música no Flickr da Pro Rock

3 comentários:

  1. Parabéns a toda a delegação do Norte!
    Foi um sucesso a atuação de todos e todas, mostrando a força e o comprometimento do grupo.
    Foi um momento de celebração e de constelação!

    Abraços do sul,

    Magali Kleber
    Associação Brasileira de Educação Musical!

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  2. Muito boa a avaliação e muito bom saber que muitas diferenças foram dissipadas em nome da cena musical e artística do norte e do Brasil.

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  3. Meus parabéns a todos, gosto de ver todo esse esforço para valorização da cultura musical paraense.

    Linda Gláfira você é uma guerreira, e o Nicolau nem se fala.

    bjos

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