Nos últimos anos, Belém tem marcado espaço no cenário da música alternativa. Elogiado como receptivo e eclético, o público endossa a passagem de bandas independentes que cada vez mais se interessam em conhecer a terra do tecnobrega e do carimbó. E mais uma mostra da força da região Norte no fomento da nova safra da música brasileira deu largada. A quinta edição do Grito Rock Belém rola amanhã e leva aos palcos do Café com Arte oito bandas, duas delas de fora do Estado.
Os shows começam a partir de 23h, com Vinil Laranja, Aeroplano, Mostarda na Lagarta, A Red Nightmare, Velttenz (MA) e Suéteres (SP), que será a grande atração da noite. O grupo tem no currículo um CD produzido por Chuck Hipólitho, do Forggoten Boys, além de clipes exibidos na MTV Brasil. Incrementando ainda mais a rockada, La Orchestra Invisível e Paris Rock fazem shows acústicos no quintal do Café com Arte.
Por aqui, festival também está em expansão, e este ano prepara um feito inédito: a rockada também vai agitar o interior do estado, nas cidades de Capanema, Primavera, Parauapebas e Tucuruí, com a colaboração de coletivos de cada das cidades estreantes. “O objetivo do Grito é fazer com que as bandas rodem o Brasil. Vamos avaliar os grupos, escolher aqueles que temos mais interesse de ter aqui, e eles virão se apresentar no festival”, explica Saul Smith, do Coletivo Megafônica, organizadora do Grito Belém.
Das oito bandas selecionadas, para esta quinta edição do GR Belém, duas tem uma curta trajetória. Dentre elas, a Paris Rock, com pouco mais de três anos, que dividirá com a banda La Orchestra Invisível, com apenas um ano e meio de carreira, o “Cemitério” do Café com Arte. O GR também é um palco para a revelação de bandas novas.
Yuri Malcher, guitarrista da Paris Rock, destaca o potencial musical da cidade, evidente pela crescente diversidade que toma conta do cenário alternativo paraense. Segundo ele, os artistas começam a sofrer uma pressão maior em relação aos seus trabalhos. Furar um circuito já quase consolidado como este exige trabalho colaboração e solidariedade. “Hoje, com a associação Pró Rock e com os coletivos bem diversificados, os espaços vão se abrindo cada vez mais”, defende.
Interior - O GR é um festival em rede, uma espécie de intercâmbio entre bandas, que mobiliza dezenas de cidades em todo Brasil. Criado em Cuiabá em 2003, o festival envolveu a participação de mais de 80 cidades na edição de 2010, um público superior a 50 mil pessoas que assistiram aos shows de mais de 500 bandas.
Para esta edição, a expectativa é realizar mil shows de artistas independentes em 130 cidades do Brasil, e ainda itinerar por oito países latino-americanos, tudo isso no período de 25 de fevereiro a 28 de março.
Dose dupla - A noite de sábado promete ser longa para quem curte o som das guitarras distorcidas. Enquanto rola o Grito Rock no Café, o punk da banda paulista Cólera esquenta o Açaí Biruta. As bandas de abertura, Delinqüentes, Likor de Xorume e Nós Cego, sobem no palco a partir das 20h, e o Cólera toca, por obrigação contratual, pontualmente às 00h.
Escolher entre Grito Rock ou Cólera!? Que nada! Melhor mesmo é embarcar na maratona rocker. Há quem já vá se preparando para participar dos dois eventos que rolam em Belém (Grito Rock e Cólera). “Primeiro, o Cólera que é uma banda que gosto pacas, e, segundo, o Grito Rock que é um evento com várias bandas que ainda não vi, e é um festival que não acontece só aqui, acho importante ganhar força aqui no estado”, justifica Manuel Malvar, baixista da banda Norman Bates.
Manuel aproveita que não vai tocar em nenhum dos eventos e encara a maratona assistindo o show do Cólera e indo para o Grito Rock em seguida.
Serviço:
5ª Grito Rock Belém, sábado, 19, a partir de 23h, no Café com Arte, na Trav. Rui Barbosa, 1437, entre Brás de Aguiar e Av. Nazaré.
Show das bandas Cólera, Deliqüentes, Licor de Xorume e Nó Cego no Açaí
Biruta. Dia 19 de março, a partir das 21h. Informações: (91) 8214 2890 / 8214 2890. Ingressos a R$ 20, com venda antecipada nas lojas For Fun Skate Shopping (3223-0042), Distro Rock Store (3083-0152) e Fábrika Stúdio (3222-1810).
Por @Gilsoter com colaboração de @Lu_alcantara_
NA FOTO: Paris Rock (Divulgação)
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